segunda-feira, 27 de julho de 2009

COMUNISEG - Acadêmicos destacam prevenção social


Liliane Souzella, Filipe Honorato, Claudecir Ribeiro, Sebastião Santos e Cezar Honorato

Foto: Raul Moreira

A mesa que discutiu a prevenção social ao crime na Conferência Municipal de Segurança Pública de Nova Friburgo reuniu os acadêmicos Filipe Honorato, da Universidade Candido Mendes,; Sebastião Santos, do Viva Rio; e Cezar Honorato, do Observatório Urbano, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Mais uma vez, a necessidade de que a sociedade se engaje na luta contra o crime foi abordada pelos palestrantes. As discussões foram mediadas por Filipe Honorato, coordenador do Instituto Universitário de Políticas de Segurança e Ciências Policiais (IUPOL – da Candido Mendes).

O primeiro a falar foi Cezar Honorato, que elogiou o conteúdo do Plano de Prevenção elaborado pela Força Tarefa de Ordem Urbana de Nova Friburgo e a iniciativa do governo municipal, na pessoa do prefeito Heródoto Bento de Mello, de realizar a conferência. Ele afirmou que as políticas públicas precisam atuar no sentido de quebrar hábitos culturais arraigados na sociedade, em que as autoridades de segurança são encaradas como as únicas responsáveis pelo problema da violência. Uma das primeiras críticas de Honorato foi feita à mídia, segundo ele um espelho da sociedade, responsável por propagar a sensação de insegurança, a construção do medo.

O sociólogo alertou para o fato de que a maioria das pessoas relaciona criminalidade com pobreza e miséria, o que faz com que se condene a pobreza e não o delito. Cezar Honorato demonstrou profundo conhecimento sobre os problemas de Nova Friburgo, falando sobre as dificuldades das confecções de moda íntima frente à indústria da China, associando o fato a questões como desemprego, crise financeira e, em sua visão, crise de esperança, que são geradores indiretos do aumento da criminalidade, embora, ele reiterou, não se possa associar o crime à pobreza.

Honorato afirmou que a atuação da Guarda Municipal é fundamental para ajudar na redução da violência, desde que tenha um caráter preventivo e educativo; defendeu políticas sociais associadas a projetos de segurança e também convocou toda a sociedade a atuar diretamente na questão. E cobrou tolerância zero com os inúmeros e alarmantes casos de violência no trânsito de Nova Friburgo. Honorato afirmou que a violência no município do Rio é diferente da encontrada na região serrana, explicando que a atuação local exige uma outra forma de abordagem.

O coordenador do Viva Rio, Sebastião Santos, afirmou que o Brasil quer virar a página da insegurança, para explicar que o governo federal vem investindo pesado em projetos para auxiliar os municípios. Segundo ele, o momento é ideal: “Nunca tivemos tanto oportunidade quanto agora, com vontade política de quebrar paradigmas; há recursos para a formação correta de nossos agentes de segurança, e o envolvimento da sociedade civil é fundamental para tais iniciativas”, alertou.

0 comentários:

Blog Widget by LinkWithin