terça-feira, 9 de junho de 2009

Bolsas de pano dão lugar às sacolas plásticas, viram fonte de renda e auxiliam na luta pela preservação do meio ambiente

Guilherme Peixoto
(7º período)


Quando surgiram, no fim da década de 1950, as sacolas de plástico eram motivo de orgulho das redes de supermercados e de status entre as donas-de-casa. Em meio século, passaram de símbolo da modernidade a vilãs do meio ambiente. No Brasil, são distribuídas 1 bilhão de sacolas plásticas por mês nos supermercados. Cada uma leva até 300 anos para se decompor. Esse produto aumenta em até 20% o volume do lixo, segundo organizações ambientais. Descartado no ambiente, o saco plástico entope bueiros e facilita enchentes nas cidades.

Mas este cenário está começando a mudar graças à iniciativa de algumas pessoas que aboliram os sacos plásticos na hora das compras. É o caso da assessora Karen Magalhães. Há três anos ela trocou as sacolas de supermercado por uma bolsa de pano. “É muito melhor. Além de ficar com a consciência tranqüila, ainda ando com uma bolsa toda colorida que é a minha cara. Às vezes as pessoas estranham, dizem que a economia só das minhas sacolas não vai adiantar. Mas se cada um fizer sua parte, a gente consegue mudar”. Karen garante que agora só usa as sacolas para colocar lixo.

Segundo o ambientalista Luiz Cavalcante, as sacolas representam um dos maiores riscos ao meio ambiente. Isso porque elas demoram a se decompor, além de ser um dos produtos mais utilizados no dia-a-dia. Por isso é importante a mudança de hábito. Para ele, pequenas atitudes como a de Karen podem ser a solução do problema. “É apenas o começo, mas o desafio foi lançado. Devemos chamar atenção da população para aderir à campanha de substituição das sacolas de plástico pelas retornáveis, feitas de pano, que não agridem o meio ambiente.”

O casal Nuno e Andréia Beltrão não só aderiram à causa como fazem dela o sustento da família. Há 2 anos eles abriram uma pequena confecção de bolsas de pano para supermercado. A idéia deu tão certa que hoje eles têm fila de espera pelos produtos. O cliente pode escolher uma bolsa personalizada, com nomes, cores e estampas. Até mesmo grandes redes que já fazem suas encomendas. “A gente consegue ganhar dinheiro com a preservação do meio ambiente. Fico muito feliz em saber que estou colaborando com o futuro dos meus netos”, diz Nuno.

Naiane Ouverney também aderiu às sacolas de pano. A comerciante agora tem uma coleção de sacolas. São diversas estampas e cores. Tudo isso para aliar a moda à preservação ambiental. Para ela, “a moda é reutilizar”.

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