sexta-feira, 22 de maio de 2009

Temperaturas baixas aumentam casos de crises alérgicas

Orlando Castor
7º período



A chegada do outono e a consequente queda na temperatura se torna um verdadeiro calvário para quem tem problemas respiratórios, principalmente alergias. Até o final do inverno, o clima seco, o aumento da poluição e as mudanças climáticas provocam mais crises. De acordo com a Sociedade Brasileira de Alergistas, as emergências dos hospitais no Estado do Rio chegam a registrar procura 25% maior de pacientes alérgicos em crise.

A universitária Jaqueline Vilela, 28 anos, é uma dessas pessoas que sofre com a chegada do inverno. A alergia dela não é só a cheiros fortes como perfumes, produtos de limpeza e incensos. As crises aparecem com poeira, frutos do mar e até dias secos.

“Trabalhei dois anos em um escritório onde o ar condicionado ficava ligado o dia inteiro e o patrão ainda acendia incensos e fumava. Era verdadeiro pesadelo para mim. Eu reclamava e os meus colegas brincavam dizendo que eu era uma menina muito fresca. Fui obrigada a sair do emprego. A verdade é que a alergia é muito comum no Brasil, mas pouco entendida e pouco tratada”, relata a universitária.

E quando se trata de alergia respiratória, as crianças são as principais vítimas. Normalmente são infecções virais e os ambientes fechados são muito favoráveis a este tipo de problema.

“Com o frio, a temperatura mais fria, as pessoas fecham os ambientes e é aí que a incidência fica muito maior para infecções respiratórias. A proliferação de vírus é imensa”, explica a pediatra Marlene Lília, da Sociedade Brasileira de Alergistas.

Vacinas e remédios ajudam no combate à alergia e às crises respiratórias comuns desta época. Um tratamento longo que Jaqueline admite que abandonou por falta de paciência.

“Preciso voltar ao médico porque de manhã é um tormento: espirros seguidos, tosses, garganta seca, nariz que coça. Isso não é uma vida normal”, conta a universitária.

Os médicos especialistas em tratar alergias apontam que quem tem esse tipo de problema não deve ter tapetes, bichos de pelúcia, nem cortinas em casa. Vassoura também é um inimigo porque espalha poeira. Para limpar é preciso passar pano úmido. No pano, as opções para limpar seriam apenas água, álcool, sapólio sem cloro, sabão de coco, nenhum produto que tenha um cheiro forte.

No armário é importante guardar em sacos as roupas que não são utilizadas com tanta freqüência e mesmo assim o ideal é lavar e expor ao sol antes de utilizar. Para tirar a umidade do armário é fácil: tirar todas as roupas lá de dentro, fazer uma extensão com uma lâmpada, fechar a porta e acender esta lâmpada três vezes por semana durante duas horas para secar, iluminar e aquecer o local.

Com bichos de pelúcia, se não puder lavar, é melhor colocar dentro do freezer por pelo menos 12 horas. Edredom sempre é melhor que cobertor para quem tem alergia. E quanto ao colchão, ele pode ser forrado com qualquer material impermeável.“Toda casa fica limpíssima, só não fica cheirosa. Aí está um mito comum: bom cheiro representa limpeza. Está errado. Para algumas pessoas alérgicas esse odor é um inimigo muito forte. Mas o importante é respeitar o alérgico e tomar essas medidas simples para ter qualidade de vida”, aponta doutora Marlene.

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