domingo, 3 de maio de 2009

Proibição de celulares nas salas de aula

Por Orlando Castor (7º período)


Uma lei sancionada no município do Rio de Janeiro, que proíbe o uso de celulares durante o horário escolar, exceto nos períodos do recreio e intervalo entre aulas, divide opiniões em Nova Friburgo. Alguns diretores acreditam que a lei ajuda no trabalho dos professores que se sentem incomodados com os toques barulhentos, as brincadeiras no horário de estudo e o troca-troca de torpedos que atrapalham o aprendizado e dispersam a atenção.
A Secretaria Municipal de Educação não vê necessidade de lei para o assunto. E, enquanto a prefeitura da capital sanciona a determinação, na Assembléia Legislativa, deputados estaduais pensam em seguir o mesmo caminho. A Comissão de Constituição e Justiça da Alerj avalia projeto de lei parecido, de autoria do deputado João Pedro (DEM).
A reportagem da AGÊNCIA INF entrou em contato com a Secretaria de Educação do Estado para saber o posicionamento do órgão quanto aos celulares em sala de aula. Em nota, foi informado que o problema não ocorre com a mesma frequência de anos atrás, quando a tecnologia se popularizou entre os jovens, mas atualmente a prática abusiva dentro de sala de aula não ocorreria mais. Ainda na nota, a Secretaria Estadual informa que cabe aos professores e diretores orientarem seus alunos a manterem os celulares desligados ou silenciosos durante as aulas. Mesmo assim considera que a lei na cidade do Rio se fez necessária para evitar que os alunos desviem a atenção dos estudos.
A Secretária de Educação de Nova Friburgo, Ledir Porto, afirmou através da secretaria de Comunicação Social que a realidade nas salas de aulas das duas cidades (Rio de Janeiro e Nova Friburgo) é bem diferente. “O telefone celular é muito útil, porém, não vejo a necessidade de criar leis para proibir o uso nas escolas. Basta solicitar aos alunos que não os deixem ligado durante as aulas”, afirma.
A AGÊNCIA INF foi procurar saber como esta nova medida está repercutindo nos colégios particulares de Nova Friburgo. Em geral, os alunos concordam que os celulares e aparelhos eletrônicos desviam a atenção das aulas e atrapalham os estudos. Naaman Domingues (14) acredita que a lei tem sua importância, mas ressalta que ela deve ser rigorosa também com os professores, já que em algumas vezes é o celular deles que toca no horário das aulas. Thiago Ribeiro (17), embora concorde com a relevância da lei, acha que a fiscalização será muito difícil, “os alunos sempre encontram uma maneira de usar escondido”.
A proibição da utilização de celulares e aparelhos eletrônicos em sala de aula já é uma norma interna da maioria das escolas particulares da cidade. Se aprovado o projeto na Alerj, a lei seria útil para reforçar e legitimar as ações das escolas neste sentido. Jean Beatriz Wermelinger, diretora geral de um colégio particular da cidade, diz que vê com bons olhos esta determinação. Segundo ela, é importante que a tecnologia e os meios de comunicação estejam presentes de maneira democrática na vida cotidiana dos jovens. Porém, é preciso saber como, quando e onde utilizá-los.

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