terça-feira, 14 de abril de 2009

Embalagens de remédios em xeque
Anvisa faz pesquisa para saber o que pensam os consumidores

Por Orlando Castor (7º período)


O que você gostaria de mudar nas caixas dos remédios? Para saber a opinião do consumidor sobre o assunto, motivo de muitas queixas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa – começa uma consulta pública pela internet. Todos os dias, o órgão federal recebe dezenas de reclamações de pessoas que tentam entender a linguagem aplicada nas bulas e enxergar a data de validade do medicamento.Trata-se de um desafio: será que todo mundo consegue ler a data de fabricação e a validade do remédio que toma?

“Quase consigo. Peço ajuda às minhas netas!”, brinca o aposentado Régis Soares.“É um pouco difícil porque às vezes o carimbo está um pouco apagado”, reconhece o farmacêutico Jair Paulo.“Parece que fica cada vez mais difícil. Ou a tinta está mais fraca ou a minha vista ficou comprometida”, se diverte a secretária Jocely Marques.

A Anvisa quer criar novas regras para as embalagens dos remédios. Um dos pontos principais é mudar e padronizar a maneira de informar as datas de fabricação e de validade. Pela proposta, informações apenas em relevo deixarão de existir. As datas terão que ser impressas com tinta que contraste com a caixa e em letras grandes.

As substâncias que compõem o medicamento e as quantidades de cada uma que hoje aparecem nas bulas terão de ser informadas também na embalagem. No caso de remédios que deixam o paciente com sono, a caixa terá que vir com a frase “Não dirigir”, em letras maiúsculas, além de um símbolo específico.

“Essa é uma questão de direito do consumidor. Ele precisa saber o que está comprando, como utilizar e a quem recorrer em caso de algum problema. Além disso, estamos modificando as cores das embalagens porque os comprimidos são muito parecidos. A cor vai ser correspondente ao mal que aquele remédio combate, o que vai facilitar a vida dos idosos. A bula também vai ter letra maior”, diz Dirceu Raposo, presidente da Anvisa.

Outra mudança é obrigar os laboratórios a escrever nas caixas, em braile, o nome do remédio e o princípio ativo. A Vigilância Sanitária recebeu, em 2008, 233 reclamações de deficientes visuais que tomaram remédio errado por falta de informação na linguagem braile nas caixas dos medicamentos.Para o Procon-RJ, essa novidade é um avanço porque vai dar segurança e independência aos aposentados e a quem tem deficiência visual.

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